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Nunca estivemos tão ocupados e tão sozinhos.

  • Foto do escritor: Christina Guedes
    Christina Guedes
  • 6 de jan.
  • 2 min de leitura

A vida moderna nos oferece uma infinidade de contatos com o mundo externo. Seja por uma mensagem rápida para alguém que mora ao lado ou por uma videoconferência com alguém em outro país, estamos constantemente conectados. Não faltam meios para preencher o tempo, mas, paradoxalmente, estamos cada vez mais distantes de nós mesmos.


Muitas vezes, interagimos com uma “agenda ocupada” sem perceber, deixamos de conversar olho no olho com as pessoas ao nosso redor. Apesar da frequência de contatos, é comum sentir um vazio: falta o olhar sincero, o “bom dia” genuíno, os gestos de intimidade que parecem estar em extinção. Vivemos em um mundo que associa vulnerabilidade a fraqueza, o que nos afasta da possibilidade de criar vínculos reais e genuínos.


E como conhecer a solitude? – a riqueza de estar bem consigo mesmo – Se não nos conhecemos verdadeiramente? Sem nos permitirmos ser vulneráveis, não experimentamos a profundidade do amor incondicional que surge de vínculos autênticos.


A psicanálise nos oferece um espaço para esse mergulho interior. Em um processo terapêutico, exploramos o que nos desconecta de nós mesmos, reconhecemos as máscaras que usamos no dia a dia e, aos poucos, aprendemos a nos escutar. Essa escuta atenta nos ajuda a identificar nossos desejos, limites e medos, permitindo a construção de relações baseadas na troca verdadeira, e não na superficialidade.

Um exemplo simples é o ato de prestar atenção ao outro em uma conversa – sem interrupções, sem olhar para o celular, sem pressa. Na psicanálise, essa atenção também é voltada para dentro, incentivando-nos a nos relacionar com o que sentimos, mesmo quando desconfortável.


A saúde mental não é apenas a ausência de sofrimento, mas a capacidade de criar conexões que deem sentido à vida. Ao nos permitirmos esse encontro com a nossa essência, descobrimos que a solitude não é solidão, mas a base para amar e ser amado de forma genuína.


Christina Guedes

Psicanalista




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