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AMOR: a palavra cheia de VIDA que perdeu o sentido na contemporaneidade

  • Foto do escritor: Christina Guedes
    Christina Guedes
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

"Amor" é uma palavra cheia de vida, de mundo, de esperanças. Mas na contemporaneidade tornou-se também uma palavra cansada, desgastada pelo uso rápido e superficial, pelas promessas curtas e vínculos rasos. Ao buscarmos ou até implorarmos, por ouvir um “EU TE AMO”, muitas vezes esquecemos da essência que precede a palavra… e o próprio sentir...


O Amor existe antes do som da voz.

Existe antes da frase pensada.

Mora nos gestos que não precisam ser explicados,

no sentir silencioso que atravessa o dia e a noite.


O Amor se revela na natureza:

no vento que encontra a copa das árvores e acaricia as folhas,

no silêncio que abraça as manhãs ao nascer do sol,

no céu escuro onde uma estrela toca o íntimo com sua luz intensa,

no cuidado que brota da simplicidade de viver.


O Amor habita aquilo que não vemos, porque estamos ocupados demais procurando declarações. Ele vive no tempo de Kairós, no instante oportuno: no Agora. 

Às vezes desperta como saudade do que já foi, outras, como sonho do que ainda pode florescer. Mas é somente no presente que ele se permite existir de verdade.

É só no agora que a vida pode tocá-lo.


Assim como as estrelas...,

o Amor está sempre lá, disponível, brilhando, esperando poder se manifestar, mas só conseguimos percebê-lo quando reduzimos o ruído, quando o corpo se aquieta e a alma finalmente se permite olhar para dentro, deixando que a própria intimidade floresça.


E é aqui que Olavo Bilac nos recorda, em sua Via Láctea:

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo / Perdeste o senso!”


AMOR: a palavra cheia de VIDA que perdeu o sentido na contemporaneidade

Mas é justamente quando ousamos escutar o que parece impossível, quando silenciamos para ouvir o que pulsa em nós, que o Amor volta a ser compreensível.


Escutar estrelas é escutar o coração.

Escutar o coração é reencontrar o Amor.

E reencontrar o Amor é, antes de tudo, reencontrar-se.


Que possamos reaprender a amar com presença, com calma, com verdade, no tempo certo, no gesto simples, na vida que se move sem fazer barulho.

A natureza é simplesmente Amor.


Christina Guedes Lopes

Psicóloga


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