A Mandala e a Essência Vital: o caminho de volta ao centro.
- Christina Guedes

- 9 de nov.
- 2 min de leitura
Há momentos em que a alma nos chama ao recolhimento.
É como se a vida, em seu ritmo silencioso, pedisse uma pausa, não para fugir do mundo, mas para reencontrar-se nele. Nesse movimento de retorno, a Mandala surge como espelho e guia: uma forma que contém o infinito, um círculo que pulsa com o mistério do que somos.
Jung dizia: “Só aquilo que somos realmente tem o poder de nos curar.”
Talvez por isso, diante da Mandala, algo em nós desperte.
O traço que se repete, o gesto que se expande, a cor que escolhemos sem pensar, tudo fala daquilo que habita o inconsciente e busca expressão. Criar, então, é mais do que desenhar: é escutar o que o corpo e a alma têm a dizer quando a mente se cala.

Na Mandala, a psique encontra uma forma de se organizar. O caos se torna imagem; a dor, movimento; o vazio, possibilidade.
É como se o invisível ganhasse contorno e a vida reencontrasse seu centro, aquele ponto onde o eu e o Self se reconhecem. E, nesse reconhecimento, algo essencial se revela: a força vital que sustenta o existir.
A “essência vital” não é algo que precisamos conquistar, ela sempre esteve em nós. Mas para encontrá-la, é preciso coragem para atravessar as sombras e humildade para escutar o que o inconsciente revela.
Quando a arte toca a alma, o belo se torna ponte entre o humano e o divino, entre o visível e o indizível. Na experiência criativa, descobrimos que curar-se não é eliminar a dor, mas integrá-la à vida. É permitir que o gesto, o símbolo e a imagem nos conduzam de volta ao que é vivo em nós.
A Mandala, nesse sentido, é o próprio ato de amar-se, um círculo de acolhimento e renovação que nos convida, a cada traço, a lembrar quem somos.
Porque viver é aprender a circular entre o dentro e o fora, entre o eu e o outro, sem perder o centro que nos habita.
Ateliê Terapêutico
Christina Guedes Lopes


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